“A evidência demonstra que a adoção de um padrão alimentar saudável, integrado num estilo de vida com atividade física, contribui para melhores resultados após a sobrevivência e qualidade de vida.” Palavras da Dr.ª Carolina Bento, nutricionista no IPO de Coimbra, que partilhou a importância de ter um acompanhamento nutricional e uma alimentação adequada às necessidades da sobrevivente. Assista à entrevista.
Além de permitir melhores resultados na qualidade de vida da sobrevivente, contribui também para a existência de menos comorbilidades, desde diabetes, doença cardiovascular ou até sintomas que persistem após os tratamentos, como a fadiga.
“Felizmente, a alimentação da sobrevivente de cancro da mama não deve ser muito diferente daquela que está preconizada para o resto da população”, reflete a especialista, no entanto, o conceito de alimentação saudável “é muito vago”, pelo que aconselha a recorrer à roda dos alimentos. “É o melhor guia de alimentação para uma sobrevivente de cancro.”
Neste sentido, a especialista partilha que não deve ter restrições na sua alimentação, comendo um pouco de todas as categorias nas proporções corretas. Além disso, manter ou recuperar o peso corporal normal é também um passo muito importante, proporcionando “desfechos melhores”, com prognósticos de vida e qualidade de vida superiores.
O nutricionista desempenha um papel muito relevante na “avaliação do estado nutricional” para responder adequadamente às necessidades da sobrevivente “As pessoas que conseguem manter um estado nutricional estável ao longo dos tratamentos têm melhores resultados”, partilha a especialista. A acrescentar, pode “esclarecer dúvidas, empoderar a mulher, ajudá-la a comer sem medos”.
Apesar disso, a especialista destaca que o acesso a um nutricionista não é fácil, nas circunstâncias atuais, mas espera que “o futuro seja diferente, porque merecem todo o apoio”.