“Mesmo que sejam férteis, após o tratamento, a fertilidade vai esgotar-se muito mais rapidamente do que numa pessoa que não foi submetida a uma terapêutica.” Quem o afirma é a Prof.ª Doutora Teresa Almeida dos Santos, especialista em Medicina de Reprodução, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, apelando, por isso, a que se realize um plano para salvaguardar a fertilidade e manter uma vigilância regular, caso deseje uma gravidez, no futuro. Assista ao seu depoimento.
Para as sobreviventes de cancro da mama que queiram concretizar um projeto de gravidez, devem considerar que os tratamentos influenciam a fertilidade, podendo até tornar este processo “impossível”. Para manter essa possibilidade em aberto, as sobreviventes devem realizar uma “vigilância regular com os seus ginecologistas e médicos de Medicina Geral e Familiar para salvaguardar a sua fertilidade”.
Além dos cuidados com o estilo de vida, as sobreviventes apenas têm uma estratégia para concretizar este projeto de gravidez: a reserva de óvulos para criopreservar. “Esta é a única alternativa que permite uma razoável probabilidade de sucesso.”
Por outro lado, também a amamentação pode ser afetada pelas terapêuticas, no entanto, podem efetivamente dificultar a amamentação, mas não a contraindicam. A especialista destaca que “as mulheres que tiveram cancro da mama podem amamentar”, considerando esta mensagem importante, sempre em colaboração com a equipa de profissionais de saúde.
Por fim, a especialista deixa uma mensagem de esperança: “Não deixem de concretizar esse objetivo. Há sempre alternativas a discutir, quer com os seus médicos, quer em centros de fertilidade.”